quarta, 22/10/2025, às 11:10

E se o tema do Enem fosse o “Jogo do Tigrinho” você saberia argumentar?

Sabe aquele tema que tá “bombando” no noticiário, nas redes e prejudicado os bolsos e a saúde mental de muita gente? O universo das apostas online, mais conhecido como "Jogo do Tigrinho" e as "Bets" (apostas esportivas).

Então, se esse assunto cair na sua redação, seja no ENEM, ou em outros vestibulares, você precisa estar com a argumentação afiada! Afinal, não basta saber o que é; você precisa entender o impacto social gerado por esses componentes, bem como propor soluções viáveis no que se refere a esse contexto. 

Para te ajudar nessa missão, preparamos um guia prático e direto para que você possa construir bons argumentos e se aproximar da nota mais alta. 

O problema central

O tema não é só sobre jogos, é sobre o impacto dos mesmos na sociedade. E, nesse sentido, o seu texto precisa ir além do óbvio.

Sua tese, seu ponto de vista, pode ser, por exemplo: a popularização e a falta de regulação, ou a regulação recente e seus desafios, das apostas online, como o "Jogo do Tigrinho" e as "Bets", geram sérios problemas sociais, econômicos e de saúde pública no Brasil, especialmente entre os jovens.

Argumentos que potencializam a redação

Separe sua argumentação em dois eixos fortes (D1 e D2 da sua redação). Na sequência, use esses pontos para desenvolver seus parágrafos:

Eixo 1: o lado sombrio da promessa de dinheiro fácil (impacto financeiro e vício)

Argumento central: a natureza viciante desses jogos, aliada à promessa de enriquecimento rápido, leva ao endividamento e, em casos extremos, à ruína financeira e mental.

Vício em jogos de azar (ludopatia): trate isso como uma questão de saúde pública, uma dependência psicológica séria. O algoritmo dos jogos é programado para dar pequenas vitórias e manter o jogador engajado, mas, no fim, "a casa sempre ganha".

Consequências: casos de pessoas que perdem o patrimônio, pedem empréstimos (inclusive a agiotas) e comprometem o orçamento familiar. 

Endividamento e educação financeira: a falta de educação financeira no Brasil torna os jovens mais vulneráveis a cair nessas promessas, vendo o jogo como uma "solução mágica" para problemas financeiros. 

Repertório: você pode citar o baixo conhecimento acerca do âmbito financeiro protagonizado por grande parte da população, ou o conceito de "capitalismo de cassino" (onde a vida é tratada como uma aposta de alto risco).

Eixo 2: a responsabilidade e a falha na fiscalização (mídia e legislação)

Argumento central: a falta de controle sobre a publicidade (especialmente de influenciadores) e as lacunas na legislação facilitam a proliferação de plataformas ilegais ou não regulamentadas, expondo principalmente os jovens.

O poder dos influenciadores (marketing irresponsável): influenciadores digitais usam sua credibilidade para promover o "Tigrinho" e outras plataformas, muitas vezes escondendo os riscos e as consequências. O público jovem, que os idolatra, é o mais atingido. 

Repertório: a Comunicação Social e a ética na publicidade - mencione o crime de estelionato ou a contravenção penal de jogos de azar (no caso de jogos não regulamentados). 

Ineficiência legislativa e fiscalização: apesar da Lei das Bets (que regulamentou as apostas esportivas), jogos como o "Tigrinho" (que são “slots” ou caça-níqueis) operam muitas vezes na ilegalidade, com pouca fiscalização do governo e das redes sociais. 

Consequência: a dificuldade em punir as plataformas e influenciadores envolvidos, e a ausência de amparo legal para as vítimas. 

Sugestões de proposta de intervenção

Lembre-se: no formato ENEM, a conclusão (proposta de intervenção) tem que ter 5 elementos: agente (quem faz?), ação (o que fazer?), modo/meio (como?), finalidade e detalhamento. Logo, considerando essa sequência, você pode propor que:

  • O Ministério da Educação (MEC) | Implemente o tema “Educação Financeira e o Risco de Apostas” nas escolas. | Por meio de projetos interdisciplinares, oficinas e palestras com especialistas em saúde mental e finanças, desde o Ensino Médio. 

  • O Ministério Público (MP) e Polícia Federal (PF)| Intensifiquem a fiscalização e responsabilização criminal das plataformas e influenciadores ilegais. | Por meio de operações de rastreio de dinheiro e conteúdo nas redes sociais, aplicando multas pesadas e responsabilizando por crimes como lavagem de dinheiro e estelionato.

  • A mídia e as redes sociais | Exijam publicidade responsável e combatam a desinformação sobre os riscos inerentes às apostas. | Por meio da criação de filtros automáticos que bloqueiem a promoção de jogos de azar não regulamentados e da veiculação de campanhas de conscientização sobre os perigos do vício. 

Dicas extras

  • Evite jargões complexos demais: seja claro e direto.

  • Faça analogias: o "Tigrinho" é o novo "caça-níquel" da era digital.

  • Conecte com a realidade: fale sobre o “boom” de influenciadores e como a busca por status e dinheiro rápido impulsiona o problema.

  • Use repertório de impacto: citar a ludopatia como vício ou fazer a ligação da mesma com  endividamento e prejuízos contundentes à saúde mental é forte e acadêmico.

Agora é com você! Se o tema deste ano tiver a ver com o que tratamos nesta matéria, basear-se nesses argumentos para construir sua redação terá tudo para gerar ótimos resultados! 



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