Os temas das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costumam trazer à tona problemáticas sociais e, muitas vezes, deixam os estudantes nervosos, já que o assunto só é revelado no dia do teste. Apesar disso, os vestibulandos precisam estar preparados para os diversos temas que podem ser abordados, fazendo leituras e colhendo informações na construção de um repertório atual.
Entre as apostas para este ano está a “adultização de crianças e adolescentes”, tema bastante debatido recentemente. Nesse caminho, a ideia é estruturar uma argumentação dentro do modelo dissertativo-argumentativo, considerando causas, consequências e possíveis soluções.
Estruturação do texto
A introdução deve contextualizar o assunto, explicando que adultização é quando crianças passam a assumir comportamentos, responsabilidades ou papéis sociais próprios de adultos precocemente. Assim, é fundamental elencar referências da psicologia, da filosofia ou do próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os parágrafos seguintes são de desenvolvimento do tema, mostrando as causas sociais, econômicas e culturais do problema, como a exposição excessiva à internet; e as consequências, como a perda da infância e a queda no rendimento escolar.
Como proposta de intervenção, é possível utilizar diversos agentes como o governo, a escola, a família e a mídia. Criação de políticas públicas, projetos e orientação são algumas ideias que podem ser elencadas. Ao final, é importante destacar que a adultização fere o direito à infância e compromete o futuro. Aproveite para abordar pontos como pressões estéticas e responsabilidades emocionais para fortalecer a visão sobre o assunto.
Repertórios possíveis para usar na redação:
Rousseau: "A infância tem maneiras de ver, pensar e sentir que lhe são próprias".
ONU/UNICEF: Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), que garante proteção e direito ao desenvolvimento pleno.
Art. 227 da Constituição Federal: dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à dignidade e à infância.
Dados da OIT: milhões de crianças ainda estão em situação de trabalho infantil no mundo.
Bauman: pode ser usado para discutir como a lógica de consumo acelera a perda da infância.